Fui passar o ultimo fim de semana à Ilha do Pico, sim, como quem vai ali e já volta.
Apanhámos o avião no sábado de manhã para lá e regressamos a Lisboa na segunda de manhã.
Eramos cinco adultos e quatro terroristas, ups, crianças.
Alugamos uma casa na Vila Paim e fomos muito bem recebidos pelo seu dono, Luís, e ficamos muito agradados com as condições e tamanho da casa. Quartos amplos, casa preparada para crianças, uma sala enorme e um terraço com uma vista espetacular, já para não falar que tínhamos também vista para o Pico. Aconselho muito.
Alugamos uma carrinha de nove lugares e foi sem duvida a melhor das opções. Uso muito a Rentalcars do booking mas desta vez foi através da skyscanner , que é aliás onde pesquiso os meus voos sempre, que foi onde encontrei a opção mais barata.
Dia 1:
Fomos do aeroporto diretos a Cachorros e aos seus arcos naturais de pedra vulcânica junto ao mar e a famosa cabeça de cachorro. Andamos por ali nos passadiços e entre as casas típicas e tão bem conservadas.
Dali seguimos até à Casa dos Vulcões, um recente museu na ilha com uma explicação em vídeo de uma viagem ao centro da Terra e uma simulação dos dois maiores sismos dos Açores. Duas experiências muito engraçadas.
O único senão deste museu é o preço. O bilhete individual é 7euros mas existe também o bilhete combinado, que foi o que compramos, a 8euros, e que inclui visita ao Centro de Interpretação da Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico onde encontramos um lagar típico da ilha, explicações sobre as vinhas e, o melhor de tudo, uma prova de vinho licoroso da Ilha do Pico no final.
Na casa dos vulcões é necessário fazer marcação através do email.
Seguimos até à zona da Madalena e elegemos o restaurante O Cinco para o almoço. Experimentamos o Bife à Regional, as Lulas e o Atum e estava tudo delicioso. O espaço não é gigante mas é muito agradável, comemos na esplanada mas vale muito a pena ir lá dentro ver o espaço e até às casas de banho, cheias de mensagens engraçadas.
Tínhamos agendada a visita às Gruta das Torres para as 15:30 e por isso acabamos por não ir ao Museu do Vinho, ainda na Madalena, e que fazia parte do roteiro. Esta gruta é o maior tubo lávico de Portugal, a visita é acompanhada por um guia e dura cerca de uma hora. Há um vídeo explicativo prévio à visita e depois dão-nos um capacete e uma lanterna porque a gruta não é iluminada. A entrada custa 7euros, um pouco caro mas a experiência é muito muito gira.
[Lamento mas não consigo deixar de fazer este comentário. Perguntei aquando da reserva, e depois li na descrição do site, não há limite de idades para a entrada, desde que as crianças andem pelo próprio pé e consigam usar o capacete e a lanterna. Ora que, os nossos filhos reúnem estas condições e foram connosco, como é óbvio, mas, o que não fomos avisados é que além de terem de andar, não podiam falar, rir ou chorar. Não sentimos minimamente que os nossos filhos tenham sido bem recebidos e consideramos isso muito lamentável]
Depois de sair das Grutas seguimos o percurso pela ER1 até ao Farol de São Mateus, passando pelas localidades típicas, pela paisagem da vinha, e pelo tão bem preservado Moinho do Monte.
A última paragem foi a zona vínica da Criação Velha e o moinho mais famoso da Ilha, o Moinho do Frade. Vista de cima esta zona é realmente incrível com as vinhas dentro daqueles quadradinhos de pedra vulcânica que de longe parecem quase desenhados. Falta-me um drone.
Chegamos ao fim do dia e decidimos jantar no afamado restaurante Ancoradouro antes de regressarmos a casa. A comida era muito boa, pedimos vários pratos de peixe e partilhamos. Nada a apontar à comidamas, infelizmente, quanto ao atendimento não podemos dizer o mesmo.
Dia 2:
Começamos o dia pelo Museu da Industria Baleeira, em São Roque do Pico. As visitas são livres, não precisam de marcação e a entrada é gratuita ao domingo. A antiga fábrica de transformação de cachalotes em farinhas, vitaminas e óleos, é um espaço muito interessante e impressionante ao mesmo tempo, não deixem de visitar.
Seguimos em direção ao Miradouro da Terra Alta, parando aqui e ali onde nos aprazia a vista e fizemos do Farol de Manhenha, na Ponta da Ilha, a última paragem antes do almoço.
A caminho das Lajes do Pico, encontramos, sem contar, um restaurante de sushi que nos tinham recomendado, o Sushi Mar Terrace, e, já a salivar, descobrimos que não podíamos ser atendidos porque um funcionário tinha testado positivo à covid e era impossível para o chef sozinho atender um grupo tão grande como o nosso. Desiludidos, descemos as escadas e fomos (ou fui eu, vá) compensados pela desilusão. Estava um vigilante de baleias sentado na beira da estrada, com os binóculos e a comunicar a alguém que estava a avistar cachalotes e eu, não fui de modas, perguntei o que estava a fazer, se estava a ver baleias e se me deixava ver. Preparada para o não, até rejubilei quando o senhor não só me disse que sim, como me explicou a melhor forma de ver e o que as baleias estavam a fazer. Feliz. Foi como saí dali. Feliz. E já nem me lembrava do sushi.
Seguimos para as Lajes do Pico e decidimos ir experimentar outro restaurante que tinha sido recomendado, o Font Tavern. Inicialmente tivemos receio porque era mais de petiscos e queríamos comer o mais típico possível, mas não desiludiu. Pedimos novamente vários pratos diferentes para partilhar, estava tudo muito bom, incluindo as sopas e a sobremesa que pedimos só para os miúdos mas provamos.
Terminamos as visitas a museus com o Museu dos Baleeiros. Inserido no conjunto que se designa como Museu do Pico, do qual fazem parte o já visitado Museu da Industria Baleeira e o que fica para uma próxima, Museu do Vinho, o Museu dos Baleeiros retrata a vida dos baleeiros e a arte de balear.
O conjunto das três visitas fica a 5euros nos restantes dias mas podem ser comprados em separado por 2euros.
A pequena vila das Lajes é muito bonita e acolhedora, imagino no verão cheia de turistas e barcos a sair para ver baleias.
Próximo destino, Lagoa do Capitão e Casa da Montanha. No que respeita a lagoas, depois de visitar São Miguel não há-de ser fácil igualar ou superar, ainda assim, acredito piamente que a lagoa do capitão deve deslumbrar quando tem o Pico de fundo em vez de um manto de nevoeiro como nós vimos. E foi esse mesmo nevoeiro que nos traiu na lagoa que nos traiu também na Casa da Montanha, mas anda assim arriscamos e fomos, vimos a casa, entramos, lemos as informações disponíveis e conversamos um pouco com o funcionário. Ficou prometido um regresso, sem crianças, para fazer a subida, dormida, nascer do sol e descida.
Estava a terminar o tempo e, não que sejamos apreciadores de vinho ou qualquer tipo de bebida alcoólica, mas achamos por bem terminar a visita à ilha do Vinho com uma prova na Azores Wine Company, em Bandeira, Madalena. Definitivamente não era o nosso dia para experimentar coisas novas e demos com o nariz na porta, fruto de um encerramento temporário. Mais uma atividade que fica para a próxima, curiosamente, as duas envolvem vinho (lembram-se que em cima disse que não fomos ao Museu do Vinho?).
Como não damos nada por perdido fomos apreciar o fim de dia ao Cella Bar, uma obra de arquitetura premiada, lindo de ver, agradável de estar de ótimo para fotografar. Terminamos com um licor típico e um vinho licoroso da ilha.
Decidimos à ultima da hora ir jantar ao Restaurante Magma, inserido nas Lava Homes, mas, dado o histórico das ultimas horas, ligamos a marcar. E que boa decisão. Mais um espaço magnifico e com comida deliciosa. Era tudo bom e o atendimento muito agradável.
A melhor forma de terminar a noite, sem dúvida.
Vou deixar aqui em baixo uns tópicos rápidos de visitas obrigatórias para os mais preguiçosos que não quiserem ler todo o roteiro.
Para visitar:
Centro de Interpretação da Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico
Para comer:
Os que não experimentamos mas teríamos experimentado com mais tempo:
Não podem deixar de experimentar os queijos da ilha, Alfredo e São João, o Bolo Lêvedo claro, e o pão de milho do Pico, o vinho Licoroso e vulcânico e muito peixinho fresco, claro.
Apreciem as paisagens, os miradouros, subam aos moinhos, passeiem entre as vinhas.
Inspirem-se.
Boas viagens.
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C.
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